Erudito islâmico turco Fethullah Gülen condenou fortemente a campanha de violência tomada pelo autoproclamado Estado Islâmico, enviando suas condolências às famílias das vítimas e do jornalista americano morto.
Gülen disse em declaração publicada pela Aliança de Valores Compartilhados, uma organização que representa instituições ligadas ao Movimento Gülen, que “lamenta as atrocidades” cometidas pelo grupo terrorista que se “esconde por trás de uma falsa retórica religiosa”. Ele se junta às “pessoas de consciência” do mundo todo num pedido para que os perpetradores cessem imediatamente seus “atos cruéis e inumanos”.
“Qualquer forma de ataque, supressão ou perseguição de minorias ou civis inocentes é um ato que contradiz os princípios do Alcorão e da tradição de nosso Profeta, a paz e bênçãos estejam com ele”, disse Gülen.
Ele afirmou que terroristas ou são “completamente ignorantes” do espírito do Islã e seu mensageiro, ou suas ações são designadas para servir a seus interesses pessoais ou aos de seus “mestres políticos”.
“Não obstante, suas ações representam as de um grupo terrorista. Eles deveriam ser classificados como tal e trazidos à justiça”, acrescentou.
De acordo com Gülen, o objetivo da religião é estabelecer a paz no mundo, baseada em direitos humanos universais, no estado de direito e valores humanos. Quaisquer interpretações contrárias, incluindo o abuso da religião para ajudar a alimentar conflitos, são falsas ou enganosas. Ele declarou que no verdadeiro pensamento islâmico, baseado em seus princípios básicos, todo meio usado para legitimar um fim deveria ser, também, legitimo em si. “Pensar ou agir de forma contrária não é mais do que Maquiavelismo,” disse ele.
O erudito islâmico enviou suas condolências às famílias e amigos dos mortos no Iraque e Síria e à família e amigos do jornalista morto James Foley.
“Que Deus lhes dê paciência e perseverança e alivie seu sofrimento. Oro pela libertação imediata dos reféns e peço a Deus, o Misericordioso, que guie a todos nós a um mundo de respeito mútuo e paz. Convido a todos a se juntarem a essa oração”, concluiu Gülen.
Publicado [em inglês] em Today’s Zaman, 22 de agosto de 2014.